Desenhar qualquer coisa

De vez em quando gosto de ler a revista Vida Simples.
Mas, gosto especialmente de alguns artigos que falam
sobre coisas muito simples que podemos fazer no dia a dia
e que funcionam como uma terapia deliciosa.
Um desses artigos com o qual me identifiquei
foi sobre desenho.
Gosto de desenhar quando estou inspirada
(o que não acontece frequentemente).
Mas, na maioria das vezes, confesso
que sou um tanto preguiçosa mesmo.
Fico querendo que o desenho saia perfeito,
que saia SEMPRE perfeito.
E este artigo falava sobre o simples
ato de desenhar sem se preocupar
com os resultados.
Desenhar apenas por desenhar.
Transferir para o papel a sua impressão do mundo,
das coisas, dos movimentos...
Algo só seu, que ninguém mais vai fazer igual.
Porque um desenho nunca é igual ao outro.
Mesmo que você coloque o mesmo vaso
para várias pessoas desenharem,
surgirão tantos desenhos de vasos
quanto forem os desenhistas presentes.
E mesmo que você tente desenhar o mesmo vaso depois,
seu novo desenho daquela mesma
coisa também não será mais o mesmo.
Percebo que isto é real quando tento refazer
um mesmo desenho que fiz um tempo atrás.
Vejo a diferença de tonalidades,
das sombras mais ou menos intensas,
dos brilhos mais ou menos delimitados.
É um encontro do eu de agora com o eu de ontem.
Nossos desenhos mudam acompanhando
as mudanças em nós mesmos.
Mudanças que fazem nossos traços
serem únicos cada vez que deslizam sobre o papel.
Até fiz um desenho em pastel,
coisa que quase não faço por
achar que os meus desenhos em pastel
não ficam do jeito que eu gostaria que ficassem.
Mas, taí. Saiu. E até achei simpático.